17 de junho de 2012

Convites

Três sistemas: pessoal, epistolar e telefônico - R. S. V. P - Convites para cerimônias - Como se entregam os convites - As participações - Como se recusa um convite
 A sociedade é feita de inúmeros grupos que se encontram mais amiúde por motivos diversos. Ou por amizade e camaradagem ou por interesses de negócios e profissões ou simplesmente porque há gente que gosta de ver gente e entreter-se sob o ponto de vista estritamente humano. Para que haja reuniões, o meio certo e indispensável é o convite.

O convite pode ser pessoal, epistolar ou telefônico. Ocorre o primeiro quando se encontra uma pessoa conhecida em casa de outros amigos, num clube, num teatro ou num restaurante. Não é de bom gosto convidar alguém que se encontra por acaso na rua, a menos que com ele se tenha tanta intimidade, que não haja motivos para qualquer hesitação. Um convite feito nestas condições deve ser confirmado vinte e quatro ou quarenta e oito horas antes de o fato acontecer, porque nem sempre se deve confiar na memória do convidado. Um for memory é simpático e recomendável.

O convite por carta deve ser respondido por carta, e o quanto antes, para que a pessoa que convida possa ter certeza da presença ou da ausência do convidado. Quando o convite é feito por telefone, a resposta é imediata e não pede confirmação.

É recomendável, sobretudo para os jantares em grupos pequenos, que se inicie o convite contando - mesmo que seja displicentemente - quais são os demais companheiros para a reunião, porque deve haver incompatibilidade entre algum deles e a pessoa que se convida. Assim, tem esta tempo para se desculpar de não poder comparecer, contando ou inventando um caso de força maior, muito menos desagradável do que duas pessoas que não se dão, estarem em torno de uma mesa ou dentro de um grupo limitado, talvez mesmo lado a lado.

No caso de uma refeição, se o prato for especial - digamos um cuscuz, uma feijoada, um cassoulet ou escargots - será também de bom alvitre dizer o que se vai comer, porque nem todos apreciam certos pratos e ficariam embaraçados - os donos da casa e os convidados.

Nos convites protocolares e impressos, há sempre as letras R. S. V. P (Repondez, s'il vous plait). A resposta não deve demorar. O mais tardar, quarenta e oito horas depois de recebido o convite deve ela ser dada no local ou pelo telefone que o próprio convite mencionar.

Nunca se deve fazer o convite pelo telefone, deixando-o com a empregada. Se a pessoa não estiver em casa ou não puder vir ao aparelho, o que se pode fazer é dizer que telefonou para convidá-la para isto ou para aquilo e que voltará a telefonar. É uma precaução para que a pessoa não assumo outro compromisso, se estiver interessada no convite, mas não pode ser tomado como tal. Não havendo uma segunda telefonada, a pessoa não deve nem pode considerar-se convidada. O mesmo sucede em relação a um empregado de um clube ou de um escritório. Convites feitos por um amigo comum podem ser aceitos quando se sabe do grau de intimidade existente entre o anfitrião e o amigo comum e caso seja difícil usar outro meio para tanto.

Convites para cerimônias, como casamentos ou recepções de gala, são sempre impressos e não pedem resposta. Casos há em que são acompanhados de um cartão pessoal, pois pode o convidado não localizar bem o fato ou a pessoa que convida.

Nos convites para casamento, é usual um segundo convite, que é um cartão pequeno anexo e onde se convida para a recepção, tida como mais ou menos íntima. O convite, hoje em dia, substitui a antiga participação, o que não falava a não ser no noivado. Hoje os dois comunicados fundiram-se.

Ninguém mais participa nascimento por escrito, a não ser para pessoa íntima e distante. Tudo se faz pelo telefone e, assim mesmo, para amigos mais chegados. Os que insistem em agir de maneira antiga não erram, mas fazem sorrir, mesmo que o sorriso não seja de desaprovação. São os românticos e seu modo de agir deve ser - pelo menos - respeitado.

Convites, sobretudo os mais formais e cujo envelope é maior que o usual, devem ser entregues em mão. Este método é mais polido e traz a certeza de que foi recebido. O máximo de cortesia verifica-se quando esse convite é levado pelo próprio convidante, que o entrega pessoalmente, dando assim prova de apreço ao amigo convidado. É uma distinção que não pode caber a todos os convidados pelo número dos convites, mas que se afirma como polidez e amizade.

Os convites variam, segundo as circunstâncias e os motivos. As fórmulas consagradas são as preferidas, havendo sempre uma nuança a ser pensada e executada. Exemplos são as palavras "honra" e "prazer", que são empregadas com cuidado e firme propósito.

O simples ato de se receber um convite não implica a obrigatoriedade de aceitá-lo. O convite pode não nos agradar ou algum compromisso anterior impede que seja aceito. Seja como for, não se deve deixar um convite sem resposta.

Se é aceito, convém responder, se no convite se pede esse gesto. No caso de recusa, é obrigatória uma explicação, que seja verdadeira ou tenha todas as características de verdade. Doença é desculpa muito batida (a não ser que seja real) e qualquer outro motivo pode ser suspeito. Alega compromisso anterior é tudo quanto há de mais normal, sobretudo nos dias que correm. Mas é preciso, naturalmente, que o impedimento seja mais importante do que o motivo do convite.

Ninguém, por exemplo, pode alegar que não aceita um convite para jantar porque tem um negócio a tratar nesse dia, pois é mais fácil adiar o negócio do que faltar ao jantar. A recusa, tendo que ser dada imediatamente, é mais difícil e convém, então, ter algumas delas já engatilhadas para serem disparadas na hora certa, atingindo em pleno o alvo.

Toda recusa de um convite, se feita com convicção e boas maneiras, deve ser aceita pela outra parte, não cabendo insistência, que se torna uma teimosia enfadonha. Neste caso, é o convidante quem está incidindo em erro, o que é comum, no caso de alguém desejar retirar-se de uma reunião e ver-se constrangido a lá permanecer por importuna insistência que espanta o convidado, quando tiver nova ocasião de lá ir. Adeus o tempo em que os donos da casa chegavam a fechar o portão à chave para que os convidados, em hipótese alguma, pudessem sair, e lá ficassem até o sol raiar.

Havendo convite para um jantar ou recepção em honra a figura de destaque e cerimônia, o anfitrião deve prevenir os convidados para que cheguem ao encontra a hora certa, geralmente quinze minutos antes do homenageado. Quando este chegar, todos os demais estarão presentes para recebê-lo. Os convidados deve também esperar que o homenageado se retire para poder fazer o mesmo. Estas regras são do mais absoluto rigor. Seja qual for a espécie de convite, o nome do marido sempre precede o da mulher, como cabeça, que é, do casal.

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