Vivemos, hoje, em um mundo fundamentalmente diverso daquele de nossos
avós e mesmo, sem recuar muito no tempo, de nossos pais: vida
trepidante, veloz, inquieta, em que a velocidade e, pois, o relógio,
substituíram os vagares de outrora; em que a cordialidade e a civilidade
cederam lugar à agressividade e à indelicadeza, em que a sensibilidade
aos poucos vai sendo esmagada por um materialismo desconcertante; em que
os cuidados e o carinho das babás já se tornaram estórias para
crianças...
Substituídas pelo zum-zum de máquinas e motores; vida que, em suma,
levada que era em tempo de valsa, passou a palpitar em ritmo de
"rock-and-roll".
Não podemos deixar de lastimar esse estado de coisas, responsável pelo
abandono quase completo das formas de cortesia como eram compreendidas
até o início do século passado, e hoje relegadas a segundo plano por um
generalizado e "cômodo" desleixo no modo de falar, de apresentar-se, de
comportar-se.
Às pessoas que comigo partilham desse ponto de vista e, portanto,
desaprovam a maneira atual de viver, dedico este precioso blog, assim
como àquelas que não tenham recebido, não importa por que razões, as
bases da educação burguesa, embora vivam exatamente nesse tipo de
sociedade.
Destina-se também, obviamente, àquelas que, conquanto hajam
sido distinguidas com refinados ensinamentos de civilidade, não podem ou
não conseguem - coisa naturalíssima - lembrar prontamente de todos os
inúmeros variados aspectos da etiqueta para todas as ocasiões da vida
social.