Três sistemas: pessoal, epistolar e telefônico - R. S. V. P - Convites para cerimônias - Como se entregam os convites - As participações - Como se recusa um convite
A sociedade é feita de inúmeros grupos que se encontram mais amiúde por motivos diversos. Ou por amizade e camaradagem ou por interesses de negócios e profissões ou simplesmente porque há gente que gosta de ver gente e entreter-se sob o ponto de vista estritamente humano. Para que haja reuniões, o meio certo e indispensável é o convite.
O convite pode ser pessoal, epistolar ou telefônico. Ocorre o primeiro quando se encontra uma pessoa conhecida em casa de outros amigos, num clube, num teatro ou num restaurante. Não é de bom gosto convidar alguém que se encontra por acaso na rua, a menos que com ele se tenha tanta intimidade, que não haja motivos para qualquer hesitação. Um convite feito nestas condições deve ser confirmado vinte e quatro ou quarenta e oito horas antes de o fato acontecer, porque nem sempre se deve confiar na memória do convidado. Um for memory é simpático e recomendável.
O convite por carta deve ser respondido por carta, e o quanto antes, para que a pessoa que convida possa ter certeza da presença ou da ausência do convidado. Quando o convite é feito por telefone, a resposta é imediata e não pede confirmação.

No caso de uma refeição, se o prato for especial - digamos um cuscuz, uma feijoada, um cassoulet ou escargots - será também de bom alvitre dizer o que se vai comer, porque nem todos apreciam certos pratos e ficariam embaraçados - os donos da casa e os convidados.
Nos convites protocolares e impressos, há sempre as letras R. S. V. P (Repondez, s'il vous plait). A resposta não deve demorar. O mais tardar, quarenta e oito horas depois de recebido o convite deve ela ser dada no local ou pelo telefone que o próprio convite mencionar.
Nunca se deve fazer o convite pelo telefone, deixando-o com a empregada. Se a pessoa não estiver em casa ou não puder vir ao aparelho, o que se pode fazer é dizer que telefonou para convidá-la para isto ou para aquilo e que voltará a telefonar. É uma precaução para que a pessoa não assumo outro compromisso, se estiver interessada no convite, mas não pode ser tomado como tal. Não havendo uma segunda telefonada, a pessoa não deve nem pode considerar-se convidada. O mesmo sucede em relação a um empregado de um clube ou de um escritório. Convites feitos por um amigo comum podem ser aceitos quando se sabe do grau de intimidade existente entre o anfitrião e o amigo comum e caso seja difícil usar outro meio para tanto.
Convites para cerimônias, como casamentos ou recepções de gala, são sempre impressos e não pedem resposta. Casos há em que são acompanhados de um cartão pessoal, pois pode o convidado não localizar bem o fato ou a pessoa que convida.
Nos convites para casamento, é usual um segundo convite, que é um cartão pequeno anexo e onde se convida para a recepção, tida como mais ou menos íntima. O convite, hoje em dia, substitui a antiga participação, o que não falava a não ser no noivado. Hoje os dois comunicados fundiram-se.
Ninguém mais participa nascimento por escrito, a não ser para pessoa íntima e distante. Tudo se faz pelo telefone e, assim mesmo, para amigos mais chegados. Os que insistem em agir de maneira antiga não erram, mas fazem sorrir, mesmo que o sorriso não seja de desaprovação. São os românticos e seu modo de agir deve ser - pelo menos - respeitado.
Convites, sobretudo os mais formais e cujo envelope é maior que o usual, devem ser entregues em mão. Este método é mais polido e traz a certeza de que foi recebido. O máximo de cortesia verifica-se quando esse convite é levado pelo próprio convidante, que o entrega pessoalmente, dando assim prova de apreço ao amigo convidado. É uma distinção que não pode caber a todos os convidados pelo número dos convites, mas que se afirma como polidez e amizade.
Os convites variam, segundo as circunstâncias e os motivos. As fórmulas consagradas são as preferidas, havendo sempre uma nuança a ser pensada e executada. Exemplos são as palavras "honra" e "prazer", que são empregadas com cuidado e firme propósito.
O simples ato de se receber um convite não implica a obrigatoriedade de aceitá-lo. O convite pode não nos agradar ou algum compromisso anterior impede que seja aceito. Seja como for, não se deve deixar um convite sem resposta.
Se é aceito, convém responder, se no convite se pede esse gesto. No caso de recusa, é obrigatória uma explicação, que seja verdadeira ou tenha todas as características de verdade. Doença é desculpa muito batida (a não ser que seja real) e qualquer outro motivo pode ser suspeito. Alega compromisso anterior é tudo quanto há de mais normal, sobretudo nos dias que correm. Mas é preciso, naturalmente, que o impedimento seja mais importante do que o motivo do convite.
Ninguém, por exemplo, pode alegar que não aceita um convite para jantar porque tem um negócio a tratar nesse dia, pois é mais fácil adiar o negócio do que faltar ao jantar. A recusa, tendo que ser dada imediatamente, é mais difícil e convém, então, ter algumas delas já engatilhadas para serem disparadas na hora certa, atingindo em pleno o alvo.
Toda recusa de um convite, se feita com convicção e boas maneiras, deve ser aceita pela outra parte, não cabendo insistência, que se torna uma teimosia enfadonha. Neste caso, é o convidante quem está incidindo em erro, o que é comum, no caso de alguém desejar retirar-se de uma reunião e ver-se constrangido a lá permanecer por importuna insistência que espanta o convidado, quando tiver nova ocasião de lá ir. Adeus o tempo em que os donos da casa chegavam a fechar o portão à chave para que os convidados, em hipótese alguma, pudessem sair, e lá ficassem até o sol raiar.
Havendo convite para um jantar ou recepção em honra a figura de destaque e cerimônia, o anfitrião deve prevenir os convidados para que cheguem ao encontra a hora certa, geralmente quinze minutos antes do homenageado. Quando este chegar, todos os demais estarão presentes para recebê-lo. Os convidados deve também esperar que o homenageado se retire para poder fazer o mesmo. Estas regras são do mais absoluto rigor. Seja qual for a espécie de convite, o nome do marido sempre precede o da mulher, como cabeça, que é, do casal.
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